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domingo, 10 de julho de 2011

Web 2.0: a superioridade da inteligência colectiva

James Surowiecki, no ensaio A sabedoria das multidões, explica como, da descoberta do cientista Francis Galton em Plymouth, no ano de 1906, ao modelo de funcionamento do Google, posto em prática em 1998, os excelentes resultados obtidos na resolução das mais diversas questões se devem à média das respostas apresentadas por muitas pessoas. Desde que evidentemente se cumpram as condições de que um grupo necessita para manifestar a sua inteligência comum: diversidade, independência, descentralização. Esta constatação deve-se ao facto de, no seu conjunto, a nossa espécie deter uma percepção quase completa do mundo.

A expressão WEB 2.0 (2004) ilustra bem esta noção: a Internet utilizada em todas as suas facetas com base na inteligência colectiva. Mais precisamente, a Internet evolui através do desenvolvimento de aplicações, de produção de conteúdos, de simples leituras e visionamentos efectuados por um número elevadíssimo de pessoas. Interagindo para o mesmo fim e estimulando a colaboração de milhões de utilizadores para um objectivo comum, as possibilidades da Internet potenciam-se.


Assim, os sítios mais típicos da Web 2.0 como as redes sociais, os blogues, as wikis, constituem exemplos deste modo de agir colectivo. Com efeito, a adesão massiva a estas plataformas deve-se não apenas ao facto de a Internet aliar informação, conhecimento e lazer, mas também ao facto de as pessoas preferirem participar, colaborar e criar conteúdos a serem simples consumidores passivos.

Webmap in Kosmar.
O conceito WEB 2.0 é questionado por remeter para uma actualização tecnológica, quando, segundo Tim Berners-Lee, o pai da World Wide Web, esta foi concebida desde o início (1989) como um espaço, a que chamou Read/Write WEB, onde as pessoas podiam produzir conteúdos, disponibilizá-los e, por sua vez, aceder em simultâneo a informação produzida por terceiros. O equívoco advém do facto de, durante os primeiros anos (o primeiro sítio data de 1991), a WWW ter sido utilizada sem interacção com os utilizadores.
Fontes
Surowiecki, James. A sabedoria das multidões. Porto: ASA, 2007

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