BIBLIOTECAS ITINERANTES: estrelas mediáticas
Os primeiros bibliomóveis eram basicamente armários com estantes montados em carroças puxadas por cavalos:
Como é do conhecimento da maioria dos portugueses adultos e mais velhos, foi a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) que, na segunda metade do século XX, desenvolveu este serviço em todo o território nacional. Pela primeira vez, no nosso país, os livros chegavam massiva e livremente a (quase) todos os que quisessem ler.
As bibliotecas itinerantes acompanharam os tempos, adaptaram-se e modernizaram-se, tecendo sólidas redes de leituras e de afectos nos mais distantes e isolados concelhos portugueses. Na sua maioria de pequena dimensão (o que lhes trás duas vantagens: percorrer as mais difíceis estradas do nosso país e serem conduzidas por qualquer pessoa que detenha uma simples carta de condução), as bibliomóveis oferecem centenas de itens (entre livros, revistas, cd e dvd) e acesso à Internet. Mas, sobretudo, cuidam das populações dos confins mais solitários do nosso país. Como a biblioteca itinerante de Arouca que percorre todas as freguesias do concelho, nomeadamente as que se encontram mais longe da sede:
Ou a do Fundão que disponibiliza livros, mas também, DVDs e CDs em visitas quinzenais. O horário é afixado nas juntas de freguesia, igrejas ou escolas.
O Bibliomealhada, o maior bibliobus português, é um autocarro transformado pelos próprios funcionários da autarquia em biblioteca itinerante. Tem zona de leitura, um pequeno anfiteatro e acesso à Internet. Faz paragens em 25 lugares das 8 freguesias do concelho. As escolas do ensino básico e jardins-de-infância recebem mensalmente a mala «Livros em Viagem». Os lares e centros de dia recebem os «(A)braços da Biblioteca Municipal», cestos com livros CDs e DVDs.
No concelho de Marvão, a Biblioteca Pública era, até 2010, a carrinha itinerante: Catarina Machado, a bibliotecária (e também arquivista), percorria as quatro freguesias do concelho de modo a chegar a todos os seus cerca de 3500 habitantes. Depois a Autarquia dispensou os serviços da bibliotecária e a Biblioteca encerrou as portas, digamos assim. O concelho ficou evidentemente ainda mais pobre!
Marvão- 2008 |
Marvão - 2010 |
As actuais bibliotecas itinerantes orgulham-se do seu trabalho que as populações tanto apoiam e apostam numa imagem forte, como a de Loulé ou a de Vila Franca de Xira.
A Biblioteca Andarilha de Beja, inaugurada em 2009, a de Grândola em 2011 e a de Penedono em 2012 são as mais recentes bibliotecas itinerantes do nosso país que conta presentemente (Agosto de 2012) com 71 Bibliotecas itinerantes em actividade.
Grândola - 2011 |
Penedono - 2012 |
Para conhecer melhor as cada vez mais dinâmicas Bibliotecas Itinerantes, consulte O papalagui, o blogue de Nuno Marçal e A Nave Voadora, o directório das Bibliotecas Itinerantes Portuguesas da autoria de João Henriques. Mais, contacte-os e contribua para a actualização de A Nave Voadora e para o projecto de recolha de fotografias de todas as nossa Bibliomóveis de Nuno Marçal!
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