Mas mais do que dar a conhecer o trabalho deste grupo, o que me tocou foi o fato de o último espetáculo do grupo, Flutuações, se inspirar nos gravuras japonesas (ukiyo-e) da época da história do Japão conhecida por Mundo flutuante que dá nome a este blogue. Segundo a nota de imprensa, este espetáculo é constituido por:
«Cenas do cotidiano tecidas em cores suaves e tons pastel.
De permeio, um lenço vermelho, um guarda chuva amarelo, um moço garboso e um romance, macio e carinhoso...
Imagens de um mundo flutuante. Momentos vagando no ar.»
Marcos Caetano Ribas
Flutuações é então um espetáculo para adultos cuja inspiração foi as gravuras ukiyo-e atualizadas através de situações recolhidas ao vivo pelo Grupo nas ruas da cidade de Paraty. Com papel e lápis, olho vivo e uma câmara portátil, o Grupo estudou, registou e fotografou, ao sol ou à chuva, pessoas em situações do dia a dia da cidade, de modo a compor os ukiyo-e deste espetáculo.
Flutuações, 2011. |
Ou seja, e esta é a parte que me toca, este grupo consegue oferecer-nos o quotidiano sob uma perspetiva estética: um dom que deveríamos aprender e treinar.
As cenas, construídas a partir das gravuras japonesas e dos retratos do quotidiano, foram então coreografadas de modo a que bonecos e atores-bailarinos se descolassem, ao longo do espetáculo, do constrangimento bidimensional e, flutuando fora do papel, conquistassem a terceira dimensão.
As cenas, construídas a partir das gravuras japonesas e dos retratos do quotidiano, foram então coreografadas de modo a que bonecos e atores-bailarinos se descolassem, ao longo do espetáculo, do constrangimento bidimensional e, flutuando fora do papel, conquistassem a terceira dimensão.
Flutuações, 2011. |
Criado por Marcos e Rachel Ribas em 1971, o Grupo concebe e apresenta espetáculos para público adulto e ainda outros dirigidos aos mais novos. Conhecido e reconhecido internacionalmente, o Grupo Contadores de Estórias foi já visto por milhares de pessoas e consagrado com diversos prémios prestigiados.
Descaminhos, 2011. |
Memórias de um tigre de circo, 2008. |
Capuchinho vermelho, 1996 |