Acerca do «Mundo flutuante»

domingo, 24 de julho de 2011

Blogging 2011: um exercício de democratização da informação e da capacidade de influência?

A Blogosfera via blogs.elcomercio.es
À semelhança do que Hugo Albuquerque afirma para a realidade brasileira, de início a interactividade na Web era apenas possível através de listas de emails, de fóruns e de alguns poucos blogues. A progressiva expansão da Web faz-se quando o acesso se massifica e se assiste à intervenção activa de pessoas interessadas por informação em tempo real e pelo respectivo debate, sobretudo porque, cada vez mais, os meios de comunicação não detêm uma intervenção independente. É quando assistimos à explosão da Blogosfera, na segunda metade da década passada.

Com o surgimento do microbloguing, em particular do Facebook e do Twitter, a Blogosfera atravessa presentemente um período de transição. Com efeito, apesar da esmagadora adesão àquelas plataformas, sobretudo por parte de uma geração mais jovem,  especialistas, como Benoît Méli e Brian Solis, afirmam que nunca antes houve tantos blogues e que a Blogosfera continua globalmente a expandir-se.

A Blogosfera adaptou-se, saiu do seu ecossistema inicial e construiu novas comunidades de leitores, incorporando o microbloguing, gerindo links centralizados e agregando a participação sindicada. Gerando nas palavras de Brian Solis ... um elo de amor entre o fora e o dentro da Blogosfera.


A Blogosfera via descurvo.blogspot.com

Na verdade, faltam-nos dados globais e fiáveis e não é aparentemente fácil obter uma estimativa, ainda que aproximada, do número de blogues hoje existentes no mundo, ou mesmo até num país.

Em Março de 2008, a Universal McCann publicou um relatório onde indicava terem sido criados, em todo o mundo, 184 milhões de blogues com 346 milhões leitores. Um número aproximado, 200 milhões, é também avançado pelo colectivo francês Blog de Bourgogne, mas reportando-se a 2010 e sem contudo citar qualquer fonte.

Por seu turno, relatório anual State of the Blogosphere 2010 da empresa Technocraty, que reúne cerca de 1.3 milhões de blogues em língua inglesa, afirma ter por base a rede de 3.8 milhões de blogues de todo o mundo com uma conexão à editora LIJIT. Alguns motores de busca de blogues também avançam números parcelares: o Blogpulse da empresa germânico-americana Nielsen apresenta um total de cerca de 1.7 milhões de blogues identificados, em Julho 2011. Já o motor canadiense Blogscope indexa 53.28 milhões de blogues, o que não significa que sejam todos deste país. Para a França, o Journal du Net fala de 15 a 20 milhões de blogues em 2010.
 

Em Portugal, segundo Paulo Querido a blogosfera é inaugurada em Fevereiro de 2003 e, em 2007, o Sapo afirmava reunir na sua plataforma 100.000 blogues. Para anos mais recentes não encontrámos outros números, sendo os apresentados por directórios de blogues (limitados a inscrições para publicitação) muito baixos: o maior ‒11.438 blogues! é o referido por Blog.com.pt: comunidade de bloguers em língua portuguesa, em actividade desde 2005.

Mais do que aferir a vitalidade da blogosfera em 2011, pensamos que a afirmação optimista de Brian Solis, a propósito da edição em formato blogue, é acima de tudo extensível a todas as actuais formas de partilha e de discussão de informação audiovisual editadas na Net: a gift and an exercise in the democratization of information and the equalization of influence.

domingo, 10 de julho de 2011

Web 2.0: a superioridade da inteligência colectiva

James Surowiecki, no ensaio A sabedoria das multidões, explica como, da descoberta do cientista Francis Galton em Plymouth, no ano de 1906, ao modelo de funcionamento do Google, posto em prática em 1998, os excelentes resultados obtidos na resolução das mais diversas questões se devem à média das respostas apresentadas por muitas pessoas. Desde que evidentemente se cumpram as condições de que um grupo necessita para manifestar a sua inteligência comum: diversidade, independência, descentralização. Esta constatação deve-se ao facto de, no seu conjunto, a nossa espécie deter uma percepção quase completa do mundo.

A expressão WEB 2.0 (2004) ilustra bem esta noção: a Internet utilizada em todas as suas facetas com base na inteligência colectiva. Mais precisamente, a Internet evolui através do desenvolvimento de aplicações, de produção de conteúdos, de simples leituras e visionamentos efectuados por um número elevadíssimo de pessoas. Interagindo para o mesmo fim e estimulando a colaboração de milhões de utilizadores para um objectivo comum, as possibilidades da Internet potenciam-se.


Assim, os sítios mais típicos da Web 2.0 como as redes sociais, os blogues, as wikis, constituem exemplos deste modo de agir colectivo. Com efeito, a adesão massiva a estas plataformas deve-se não apenas ao facto de a Internet aliar informação, conhecimento e lazer, mas também ao facto de as pessoas preferirem participar, colaborar e criar conteúdos a serem simples consumidores passivos.

Webmap in Kosmar.
O conceito WEB 2.0 é questionado por remeter para uma actualização tecnológica, quando, segundo Tim Berners-Lee, o pai da World Wide Web, esta foi concebida desde o início (1989) como um espaço, a que chamou Read/Write WEB, onde as pessoas podiam produzir conteúdos, disponibilizá-los e, por sua vez, aceder em simultâneo a informação produzida por terceiros. O equívoco advém do facto de, durante os primeiros anos (o primeiro sítio data de 1991), a WWW ter sido utilizada sem interacção com os utilizadores.
Fontes
Surowiecki, James. A sabedoria das multidões. Porto: ASA, 2007

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O mundo flutuante


Encontrei o mundo flutuante!  Na Internet, claro! Chama-se led magnetic levitating rotating globe, é produzido em Guangdong, na China, mede 10 cm e custa cerca de 50$. A respectiva publicidade afirma que mo entregam em casa em menos de uma semana.